Em que língua sua alma clama,
Quando ao cair da noite a sombra
Envolve o coração em chama,
E busca o Eterno que nunca se some?
Será o hebraico dos patriarcas,
Que ecoa forte nas montanhas,
Ou o iídiche dos mercados e shtetls,
Carregado de histórias e manhas?
Talvez o ladino dos exílios,
Que guarda segredos em seu tom,
Ou o árabe das terras antigas,
Onde Salomão ergueu seu dom?
Em que língua sua alma clama,
Ao pé do Monte Sinai,
Quando Mosheh recebe das mãos divinas
As tábuas sagradas, o eterno Hai?
A alma busca teshuvah sincera,
Na kehilah que acolhe e guia,
Seja por giur ou por nascimento,
É a luz do Eterno que sempre irradia.
O chamado é um cântico profundo,
Que transcende o tempo e o espaço,
Uma melodia que ecoa no mundo,
Unindo almas num eterno abraço.
Em que língua sua alma clama,
Quando o vento sopra o segredo,
Das palavras de Torá, eterna chama,
Que ilumina o caminho do medo?
Pois na essência de cada palavra,
Na prece sussurrada ao vento,
Está a alma que nunca se acaba,
Buscando sempre o divino alento.
Em que língua sua alma clama,
Quando ao Sinai você é levado,
Para receber a Torá que emana
Do amor do Eterno, tão esperado?
É a língua do coração sincero,
Do espírito que não se engana,
É a voz do amor, do pacto eterno,
Em que língua sua alma clama?
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